quinta-feira, 19 de maio de 2016

Petições por todo o mundo apelam ao fim do Festival de Carne de Cão na China


O milionário Wang Yan, na foto, salvou mais de cinco mil cães abandonados de serem consumidos no festival de Yulin| EPA/MARK CHINA OUT

O Festival de Yulin continua a realizar-se todos os anos no sul da China. Neste famoso festival milhares de cães são sacrificados para entrarem na celebração. Apesar da pressão internacional, a vontade dos comerciantes locais tem sido um dos principais entraves ao fim desta festividade. 

Yulin, na província de Guangxi Zhuang, no sul da China, organiza o festival de carne de cão, que ocorrer todos os anos durante o solstício de verão, desencadeando uma onda de revolta em todo o mundo, com grupos de defesa dos direitos dos animais, a fazerem um esforço gigantesco com diversas campanhas e petições para acabarem definitivamente com este festival. 

Todos os anos, entre dez a 15 mil cães são mortos para serem consumidos durante os dez dias da celebração, que tem início a 20 de junho. De acordo com os entusiastas do festival, a carne de cão é um prato típico do verão, e é servido com líchias e regado por uma aguardente feita à base de cereais, que se acredita combater a impotência. 

Uma das petições, lançada pela Humane Society Internacional, uma associação internacional de proteção animal, já reuniu 242.102 assinaturas. Outra, disponível através da plataforma Azaaz, já ultrapassou as 775 mil, com o número a aumentar a cada minuto. Ambas, dirigidas ao presidente chinês Xi Jinping, apelam para que o Festival de Carne de Cão seja imediatamente banido, impedindo assim a chacina de milhares de cães e também de gatos. Muitos destes animais são roubados aos donos, e enfiados dentro de jaulas apertadas sem comida ou água até serem mortos de maneira violenta, espancados ou sangrados até à morte. 

De acordo com o texto publicado na petição da associação de proteção animal, a pressão internacional fez com que, no ano passado, as autoridades da cidade de Yulin anunciassem que não iriam apoiar a realização da celebração. Graças a isso, em 2015 o festival foi realizado numa escala muito menor e o número de cães abatido foi inferior ao dos dois anos anteriores. “Mais recentemente, as autoridades anunciaram que o festival não ia acontecer, mas os comerciantes de carne de cão irão continuar a organizar o evento com ou sei apoio oficial“, refere o texto. Estes são um dos principais entraves ao fim do festival, que vêem nele uma oportunidade de negócio. 

"Milhares de cidadãos chineses já se manifestaram contra o festival, mas as autoridades não vão agir até verem o quanto está a prejudicar a imagem global da China, a qual estão a trabalhar arduamente para melhorar", refere outra petições. 

A 'tradição' de comer carne de cão na China já não é o que era, parecendo estar a perder adeptos, mas o festival de Yulin continua a realizar-se.



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