quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Como seria a vida na Terra sem Abelhas?


A vida das abelhas é crucial para o planeta e para o equilíbrio dos ecossistemas, pois enquanto procuram o seu alimento, estes insetos polinizam plantações de fruto, legumes e grãos. Esta polinização é indispensável, pois é através dela é que cerca de 80% das plantas se reproduzem. Como alertava Einstein “se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana.”
Este pequeno animal que assusta tanta gente devido às suas picadas é mesmo crucial para a nossa existência, para além disso é um inseto muito interessante e cheio de curiosidades, algumas podem se conferidas abaixo:

  • Geralmente uma colmeia abriga cerca de 50 mil abelhas. Sempre uma rainha, alguns zangões e milhares de operárias;
  • O tempo de vida de uma abelha rainha é de ate dois anos, já as operárias não duram mais que um mês e meio;
  • Em média, uma abelha produz 5 gramas de mel por ano. Para produzir um quilo de mel, as abelhas precisam visitar 5 milhões de flores;
  • Uma abelha faz diariamente 40 voos. Pousando em 40 mil flores;
  • A abelha recolhe o néctar com a língua e guarda –o numa bolsa localizada no fundo da garganta;
  • Na hipótese de nascer duas rainhas ao mesmo tempo, elas lutam até que uma morra;
  • Num dia uma abelha rainha pode por ate 3 mil ovos;
  • Uma abelha carrega o peso equivalente a 300 vezes o seu peso;
  • Quem trabalha na colmeia são as abelhas fêmeas, o trabalho dos machos é fecundar a rainha, apos cumprirem essa missão, eles não são mais aceitos na colmeia;
  • Os zangões, nascem de ovos não fertilizados da rainha;
  • Abelhas morrem quando picam alguém, pois parte do abdômen do inseto é arrancado junto com o ferrão;
  • As abelhas que mais oferecem perigo são as africanas;
  • São as fêmeas quem possuem ferrões e não os zangões;
  • Abelhas podem voar a velocidades de mais de 20 quilómetros por hora;
  • As abelhas tem cinco olhos.
As abelhas estão ameaçadas de extinção. Milhões de insetos produtores de mel em todo o mundo estão a morrer, deixando o homem a sós com as plantas não polinizadas. Na Europa e 1 em cada 10 espécies de abelhas selvagens está a caminho da extinção, quem o diz é a primeira avaliação às abelhas selvagens realizada pelo UICN (União Internacional para aConservação da Natureza) que mostra que 9,2% estão ameaçadas de extinção, enquanto que se estima que 5,2% estarão ameaçadas num futuro próximo. 56.7% das espécies estão classificadas como Informação deficiente, uma vez que por falta de  peritos, informação e financiamento, tornaram impossível a avaliação do seu risco de extinção.
Esta avaliação foi publicada em Março de 2015, como parte da Lista Vermelha Europeia das Abelhas e do Estado e Tendências dosPolinizadores Europeus (projecto STEP), e fornece, pela primeira vez, informação sobre 1965 espécies de abelhas selvagens na Europa, incluindo o seu estado, distribuição, tendências populacionais e ameaças. 

No relatório anual divulgado em 2015 pela Bee Informed Partnership, um consórcio que reúne universidades, centros de Investigação e cerca de 5 mil criadores de abelhas nos Estados Unidos, mostra que aumentou o número de abelhas desaparecidas ao longo do ano de 2015 no país. O documento divulgado em Maio de 2015 rebela que houve uma perda de 42,1% no número de colmeias nos 12 meses encerrados em abril, muito acima da perda de 34,2% registrada no mesmo intervalo entre 2013 e 2014. Segundo o consórcio, trata-se da segunda taxa mais elevada desde que há registos de forma sistemática, que se iniciou em 2010. De acordo com a entidade, o desaparecimento de abelhas teve estranhamente um pico durante o período de verão no Hemisfério Norte - algo raro, já que as perdas mais significativas ocorrem durante o inverno.

Embora as abelhas não estejam em perigo de extinção o  seu desaparecimento em massa, sem explicações conclusivas,  é uma fonte de preocupação, uma vez que muitas culturas dependem da polinização, que por sua vez gera uma enorme fonte de rendimento para os agricultores. Até a ocorrência deste fenómeno, em meados da década passada, a média considerada normal de perda de insetos era de 10% ao ano. Muitos insetos não sobreviviam ao stresse climático imposto pelo inverno rígido no Hemisfério Norte. Mas as perdas subiram significativamente, no que ficou conhecido mundialmente como “desordem de colapso das colónias”.

Entre as principais causas para o desaparecimento em massa, está o uso incorrecto ou excessivo de agro-químicos no solo. Na Europa as autoridades anunciaram amplas restrições ao uso de três agroquímicos suspeitos de causar a morte em massa de abelhas. Os inseticidadas clotianidina e imidacloprid, produzidos principalmente pela gigante alemã Bayer, e o tiametoxam, feito pela Syngenta, terão restrições de uso nas lavouras cujas sementes atraem abelhas, acusações que foram imediatamente refutadas pelas multinacionais. 

Entretanto segundo um estudo da Escola de Saúde Pública deHarvard, dois neonicotinoides amplamente usados na produção de pesticidas parecem prejudicar seriamente as colónias de abelhas, Também em abril de 2015, a revista Science publicou dois estudos adicionais que corroboram das descobertas de Harvard sobre neonicotinoides utilizados no tratamento de sementes para mais de 140 culturas. Estes pesticidas sistémicos fabricados  pela Bayer, Syngenta e Monsanto são absorvidos pelas raízes e folhas e distribuídos através de toda a planta, incluindo seu pólen e néctar. Em resposta à evidência científica deste tipo, as três principais empresas produtoras de pesticidas  Bayer, Syngenta eMonsanto, organizaram campanhas massivas de relações públicas, com um custo que ultrapassa os 100 milhões de dólares e empregando táticas similares àquelas utilizadas durante décadas pelas grandes empresas tabaqueiras para negar os efeitos perniciosos na saúde pública. 

As abelhas são mesmo indispensáveis à vida na terra para além de nos fornecerem produtos como mel, própolis, cera e geleia real, têm uma função primordial que é a preservação da biodiversidade. A sua missão primordial é garantir alimentos para diversas espécies, inclusive, a humana. Um terço dos produtos agrícolas consumidos resulta da polinização feita por esses insetos.

É imensa a quantidades de plantes que dependem da polinização para se reproduzirem, por exemplo a amêndoa, precisa integralmente das abelhas realizar este processo. Além disso, maçãs e mirtilos são plantações que necessitam 90% da interferência das polinizadoras. O mesmo acontece para pêssegos, laranjas, melões, melancias, mangas, goiabas, maracujá, acerola, açaí, cajá, cupuaçu, morango, algodão, soja e outros 80% de produtos da agricultura. 

Num curto espaço de tempo, as abelhas visitam cerca de dez flores em busca de pólen e néctar. Num dia, o saldo pode ser de 40 mil flores visitadas em até quarenta viagens entre colmeia e campo. Além de contribuir com a manutenção de alimentos, elas polinizam áreas verdes, como bosques e florestas, fundamentais para o fornecimento de oxigénio. As abelhas são essenciais na cadeia. Sem elas, este processo fica comprometido, inclusive nossa alimentação, que culminaria com o fim dos animais e vegetais da Terra.

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