terça-feira, 5 de julho de 2016

Deve ou não beijar o seu cão?



Quem tem um cão sabe que não é fácil resistir às lambidelas dele, é mesmo o que ele mais gosta de fazer, talvez seja a melhor forma que encontram para comunicar a grande amizade e fidelidade que tem para com o seu dono. Sem dúvida que estas manifestações de afeto são irresistíveis para nós, mas será que podem trazer complicações para a nossa saúde? 

O professor de virologia e bacteriologia, da Universidade Queen Mary, em Londres – Jonh Oxford - alertou recentemente para os perigos dos miminhos dados pelos caninos. O investigador britânico diz que jamais deixaria um cão lamber a sua cara, independentemente do quão limpo e cheiroso estivesse o animal. "Não é apenas o que ele tem na saliva. Os cães passam metade do tempo com o focinho em lugares sujos ou a cheirar dejectos de outros animais, cheios de bactérias, vírus e germes", escreveu no Hippocraticpost, um projecto online dedicado à área da saúde. 

As patologias carregadas pelos bichos passam pela salmonela, a campylobacter, bactéria responsável por diarreia em humanos, ou E-coli, que pode levar a diarreia, vómitos e desidratação.

Um dos exemplos mais mediáticos aconteceu no Reino Unido. Uma mulher, de 70 anos de idade, cujo nome não foi divulgado, contraiu uma infecção de saliva graças ao seu galgo italiano, acabou internada nos cuidados intensivos durante semanas com insuficiência de múltiplos órgãos. A história é contada no BMJ Case Report. 

Tudo aconteceu durante uma conversa ao telefone com um familiar, sentiu-se mal. Quando a equipa de paramédicos chegaram ao local encontraram a mulher praticamente inconsciente. Ao chegar ao hospital os médicos escreveram no relatório que ela sentia dores de cabeça, tinha diarreia, febre alta, e os rins começaram a "falhar". Passou a sofrer de insuficiência hepática e respiratória. Ao fim de vários dias de tratamento regressou a casa mas o testemunho serviu de alerta para situações semelhantes.

Mas a possível transmissão de viros e bactérias pelos cães aos humanos, nem sempre é negativa veja-se o caso das crianças que crescem em famílias que possuem animais de estimação são menos propensos a sofrer de infecções, alergias, asma e outras doenças comuns da infância, de acordo outros estudos.

Independentemente dos danos positivos ou negativos que os bichanos possam causar na saúde humana, numa coisa parece haver consenso, quem tem animais em casa é na generalidade mais feliz, sofre menos com a solidão e tem possuí um nível de auto-estima mais elevado. Na incerteza há que encontrar um equilíbrio em ter um cão a fazer parte da família, mas com poucas lambidelas.



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