sexta-feira, 22 de maio de 2015

L’Oréal aprova testes cosméticos em pele humana impressa em 3D.



A multinacional francesa L’Oréal prepara-se para imprimir pele humana a três dimensões, uma alternativa aos testes em animais que a empresa espera automatizar nos próximos cinco anos. A gigante dos cosméticos vai começar a realizar impressões de 3D de tecidos humanos imediatamente, depois de se ter associado, no início do mês, à startup norte-americana Organovo, especializada na impressão de componentes orgânicos.
A ideia é fazer impressões em 3D de tecidos vivos que possam depois ser utilizados para provar a eficácia dos produtos da marca, em vez dos habituais testes em animais. A L’Oréal pretende simplificar e automatizar a produção de pele num espaço de cinco anos, sendo que a investigação para o projecto terá lugar nos laboratórios da Organovo, em San Diego, e no novo centro de pesquisa da empresa de cosméticos, também na Califórnia.
Segundo um comunicado da L’Oréal, esta será a primeira aplicação da tecnologia em questão na indústria da beleza. Na verdade, desde que a União Europeia (UE) baniu os testes em animais, em 2013, que a criação de pele em laboratório se tornou numa necessidade crescente no universo dos cosméticos. Agora, as impressões em 3D podem render maiores quantidades de pele à L’Oréal.
A L'Oréal já procurou anteriormente uma alternativa para não fazer testes em animais. Na década de 1980 a empresa começou a cultivar tecidos humanos. Um laboratório localizado na cidade de Lyon, na França, trabalha exclusivamente na produção e análise de derme com a ajuda de 60 cientistas. Por ano, cerca de 100 mil amostras de pele são cultivadas. A quantidade é equivalente a quase cinco metros quadrados de pele por ano ou ao couro de uma vaca. Cada uma das amostras tem 0,5 centímetro quadrado.

O vice-presidente global da incubadora de tecnologia da L'Oréal, Guive Balooch, diz que eles são a primeira empresa de estética a trabalhar com a Organovo. No método atual de produção, as amostras de derme são cultivadas a partir de tecidos que são doados por pacientes de cirurgias plásticas da França. Esses pedaços de pele são cortados em pequenos pedaços e reduzidos ao tamanho de células.

Estas células são colocadas em uma bandeja e alimentadas de acordo com uma dieta patenteada e exclusiva, além de serem expostas a sinais biológicos parecidos com pele verdadeira. Balooch diz que foi criado um ambiente o mais parecido possível com um corpo humano. "Em aproximadamente uma semana, as amostras se formam porque a pele tem diferentes camadas e é necessário cultivá-las de modo sucessivo". Metade da pele produzida pela L'Oreál é usada e o restante é vendido para empresas concorrentes e farmacêuticas.

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