sexta-feira, 6 de maio de 2016

Zimbabué coloca animais selvagens à venda para evitar que morram

Alguns parques nacionais do Zimbabué, colocaram esta semana à venda, toda a sua fauna selvagem, na tentativa de salvar os animais de uma seca devastadora. De acordo com a Reuters, o Governo zimbabueano pediu aos potenciais compradores que “tenham capacidade de adquirir e gerir esta vida selvagem”, e com os respectivos terrenos para os colocar,  para entrarem em contacto.

“Devido à seca… a Autoridade de Gestão dos Parques e Vida Selvagem pretende reduzir o stock e bens dos parques através da venda de alguma vida selvagem”, explicou a entidade em comunicado. O documento não especifica exactamente que espécies de animais poderão ser vendidos, nem foram mencionados os requisitos se esta operação se destina só a eventuais compradores do país ou se está alargada também a estrangeiros. 

“Não temos nenhum número em mente. O número de animais depende das propostas que recebermos”, explicou uma porta-voz da entidade que gere os parques, Caroline Washaya-Moyo. Os parques do Zimbabué são conhecidos pelos elefantes, gnus e grandes felinos. Para além da constante ausência de dinheiro. 

Esta medida está a ser criticada fortemente por ambientalistas e conservacionistas, como diretor da Força Especial para a Conservação (ZCT), Johnny Rodrigues, que denunciou à Agência Efe que se estar a tentar espoliar os recursos naturais do país. “É fácil ver o que há por trás disto: a avareza e a corrupção de poucos caciques que vão ganhar um bom dinheiro, que certamente não se destinará à conservação” dos parques, afirmou. 

Ainda segundo o director do ZCT a China já teria feito uma oferta para comprar 130 elefantes e 50 leões, cujo preço ronda os US$ 40 mil por cabeça, o que não foi confirmado oficialmente. Em 2015 o Zimbábue vendeu 24 elefantes a um zoológico chinês apesar da oposição dos grupos conservacionistas. 

O ministro do Meio Ambiente do Zimbábue, Oppah Muchinguri, declarou durante uma viagem oficial à China no início do ano passado, que o seu governo continuaria a vender animais selvagens sempre que considerasse necessário.

A seca no país, que afeta milhões de pessoas e agravou a já frágil situação económica do Zimbábue, também provocou uma escassez de água e alimentos em todos os parques nacionais,  a acrescentar a esta situação está ainda a hiperinflacção do país e constantes sanções internacionais.


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