Alguns parques nacionais do Zimbabué, colocaram esta semana à venda, toda a
sua fauna selvagem, na tentativa de salvar os animais de uma seca devastadora.
De acordo com a Reuters, o Governo zimbabueano pediu aos potenciais compradores
que “tenham capacidade de adquirir e gerir esta vida selvagem”, e com os
respectivos terrenos para os colocar, para entrarem em contacto.
“Devido à seca… a Autoridade de Gestão dos Parques e Vida Selvagem pretende
reduzir o stock e bens dos parques através da venda de alguma vida selvagem”,
explicou a entidade em comunicado. O documento não especifica exactamente que
espécies de animais poderão ser vendidos, nem foram mencionados os requisitos
se esta operação se destina só a eventuais compradores do país ou se está
alargada também a estrangeiros.
“Não temos nenhum número em mente. O número de animais depende das
propostas que recebermos”, explicou uma porta-voz da entidade que gere os
parques, Caroline Washaya-Moyo. Os parques do Zimbabué são conhecidos pelos
elefantes, gnus e grandes felinos. Para além da constante ausência de dinheiro.
Esta medida está a ser criticada
fortemente por ambientalistas e conservacionistas, como diretor da Força Especial para a Conservação
(ZCT), Johnny Rodrigues, que denunciou à Agência Efe que se estar a tentar
espoliar os recursos naturais do país. “É fácil ver o que há por trás disto: a
avareza e a corrupção de poucos caciques que vão ganhar um bom dinheiro, que
certamente não se destinará à conservação” dos parques, afirmou.
Ainda segundo o director do ZCT a China já
teria feito uma oferta para comprar 130 elefantes e 50 leões, cujo preço ronda
os US$ 40 mil por cabeça, o que não foi confirmado oficialmente. Em 2015 o
Zimbábue vendeu 24 elefantes a um zoológico chinês apesar da oposição dos grupos
conservacionistas.
O ministro
do Meio Ambiente do Zimbábue, Oppah Muchinguri, declarou durante uma viagem
oficial à China no início do ano passado, que o seu governo continuaria a
vender animais selvagens sempre que considerasse necessário.
A seca no país,
que afeta milhões de pessoas e agravou a já frágil situação económica do
Zimbábue, também provocou uma escassez de água e alimentos em todos os parques
nacionais, a acrescentar a esta situação
está ainda a hiperinflacção do país e constantes sanções internacionais.
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