quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Incêndios criminosos ameaçam Orangotangos na Indonésia



Desde julho, já foram registados mais de 120 mil fogos na Indonésia. A situação está a pôr em risco a saúde das populações e a sobrevivência das espécies animais.
Este elevado número de incêndios estão a devastar as florestas que são os habitats para de orangotangos, rinocerontes e elefantes, para além de muitas outras espécies de animais de porte inferior. Desde que começou esta vaga de incêndios também já faleceram 19 pessoas e as cidades próximas estão com níveis de concentração de poluente acima do aceitável para a saúde pública. Segundo dados da Express.co.uk, as emissões provocadas pelos incêndios poderão ter também causado infecções respiratórias em 500 000 pessoas. 

As florestas da Indonésia estão a ser destruídas para dar lugar a várias plantações agrícolas, nomeadamente a de óleo de palma, que é utilizado numa variedade enormíssima de produtos, por isso também se tornou um símbolo da degradação ambiental. A Greenpeace chegou até a fazer uma campanha específica sobre o impacto do consumo deste óleo para o habitat dos orangotangos. 

Este ano os incêndios estão a tomar proporções gigantescas devido ao fenómeno do El Nino, que se está a fazer sentir mais intensamente, originando um tempo mais seco, e criando condições para os fogos se propaguem. Segundo a Vox, os fogos na floresta indonésia já emitiram para a atmosfera uma quantidade de dióxido de carbono equivalente à que é emitida diariamente pelos Estados Unidos da América. Só entre setembro e outubro, foram emitidos mais gases pela Indonésia do que pela Alemanha num só ano. 

Especialistas em vida selvagem dizem que um terço dos orangotangos estão em risco por causa dos incêndios. Muitos morreram queimados e ativistas trabalham para resgatar bebés e animais desnutridos, que já não conseguem encontrar comida nas florestas. De acordo com o Globo, com o Globo, o centro de recuperação Nyary Menteng, na província de Kalimantan, tem atualmente 16 bebés orangotangos de quarentena com infeções respiratórias.

Mas há muitos outros animais que estão também doentes, traumatizados e famintos devido às chamas, que destruíram grande parte do seu habitat natural e das suas fontes de alimento. O mesmo centro recolheu ainda alguns orangotangos adultos, desnutridos e desidratados, resgatados durante uma operação organizada por um dos veterinários do centro. Alguns tiveram mesmo de ser operados. 

A visibilidade era pouca e sentimos uma pressão no peito e dores de cabeça”, contou à France-Presse Hermansyah, um dos funcionários do Nyary Menteng. “Acreditamos que os orangotangos ainda sofrem mais.”

O centro, construído no interior da selva indonésia, e está situado em 62,5 hectares de selva, o centro mantém o nível de ameaça de “alerta amarelo”, mas poderá passar a ser “vermelho”, o que suporia uma evacuação sem precedentes dos 470 orangotangos, explica o diretor do programa, Denny Kurniawan.

Este é, sem dúvidas, o pior desastre desde 1997″, afirmou o diretor do centro, Denny Kurniawan. “Nunca fomos forçados a evacuar orangotangos ou a estabelecer um plano de emergência, mas estes incêndios ultrapassam todos os limites.”

Num estudo da Columbia University para a ONG OuTrop constatou que numa área da floresta de Sabangau entre 55 e 60 por cento da população de orangotangos tinha sido perdida em apenas um ano depois que mais de um milhão de hectares de floresta pantanosa ter sido eliminada para dar lugar a plantações de arroz. Atualmente, cerca de 7 mil orangotangos vivem na floresta. 

A OuTrop diz que o parque nacional de Sabangau na ilha de Borneo é o lar de pelo menos 68 espécies de mamíferos, 167 pássaros e 218 espécies de árvores, todas ameaçadas pelo fogo. A mesma organização refere que  “A situação é terrível e está se deteriorando a cada dia,”. O projeto relata que os fogos estão destruindo as fortalezas dos orangotangos do Parque Nacional de Tanjung Puting, da Floresta Katingan e da Reserva Mawas que são, respectivamente, o lar de 6000 orangotangos, 3000 orangotangos e 3500 macacos selvagens. 

Nas últimas décadas já foram difíceis para os orangotangos, que tiverem seus reinos corroídos pela exploração madeireira ilegal e pelo desmatamento para plantações de óleo de palma. A catástrofe que tem vindo a acontecer tem implicações globais no meio ambiente por causa da polução da atmosfera.

Como consumidores, temos a obrigação ética de evitar produtos que tenham o óleo de palma, um dos grandes vilões ambientais. A Greenpeace também tem uma petição pedindo o fim dos incêndios na Indonésia. Na página da ONG, ela compila uma série de sugestões do que pode ser feito para evitar fogos dessa proporção. Recentemente, o presidente Obama encontrou-se com o presidente da Indonésia Joko Widodo para falar sobre alterações climáticas e os incêndios também estiveram na agenda. 

Com a severidade da situação deste ano e as perdas económicas de $14 bilhões para a Indonésia, pode ser que finalmente a inércia política se torne insustentável. Essa é a única esperança para os orangotangos e outras espécies que estão vendo os seus habitats destruídos pela ação humana.



Fontes http://observador.pt; http://www.vox.com; http://g1.globo.com; http://www.anda.jor.br/

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