O nome
Orangotango tem origem nas palavras malaia orang-utang que significa
homem-do-bosque. Na verdade eles partilham muitas características connosco,
além das óbvias parecenças anatómicas, são inteligentes e possuem boa memória, são
capazes de fazer deduções. Algumas populações sabem mesmo usar utensílios.
Os orangotangos vivem nas
árvores, perto da copa, onde fazem as suas camas e onde se passa toda a sua
vida social. Machos adultos tendem a ser solitários, tendo pouco contacto com
as fêmeas, que só procuram na época da
reprodução. Já as fêmeas gostam de viver em grupos de 3 ou 4 adultas,
acompanhadas pelos filhos, machos ou fêmeas, sendo que os mais novos se agarram
às suas costas, enquanto os outros as seguem de perto. Apesar de serem
omnívoros, mais de metade da alimentação dos orangotangos são frutos,
distribuindo-se o restante por folhas, bagas, ovos e pequenos invertebrados.
Actualmente, o habitat deste primata está limitado às
ilhas de Bornéu e Sumatra, na Indonésia e Malásia. A sua área de ocorrência tem
diminuído drasticamente nas últimas décadas e também se tem verificado a
diminuição do seu efectivo populacional, sendo agora uma espécie em risco de
extinção. A caça e a destruição do habitat foram os factores que mais
contribuíram para o declínio do número de indivíduos desta espécie.
De acordo com o documento publicado recentemente pelo
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Universidade de
Liverpool John Moores, em colaboração com a Parceria para a Sobrevivência dos
Grandes Primatas (GRASP), a conversão em massa de florestas de Bornéu para o
desenvolvimento agrícola, principalmente para óleo de palma, vai deixar os
orangotangos em perigo de extinção fragmentados e em vias de extinção em uma
série de áreas”. Este óleo vegetal é o mais consumido do
planeta. Sendo usado para fazer desde biscoitos,
a champô. Estima-se que 55 mil
orangotangos de Bornéu permanecem nas florestas, de acordo com o PNUMA.
A ilha de Bornéu divide-se em três
partes pela Indonésia, Malásia e Brunei. Sua taxa de desmatamento está entre as
mais altas do mundo há mais de duas décadas e 56% das florestas tropicais de
planícies protegidas, uma área quase do tamanho da Bélgica, perdeu-se entre
1985 e 2001. O relatório acrescenta que, se o desmatamento no sudeste da Ásia
continuar, 75 % da cobertura florestal original será perdida até 2030
Em território indonésio, a proibição da caça e a criação
de reservas naturais, pareciam as medidas adequadas à protecção da espécie e
foram postas em prática há várias décadas. No entanto, estas leis deixaram de
ser cumpridas quando Suharto, ex-presidente da Indonésia, perdeu o poder. O
período de transformação que a Indonésia está a atravessar levou a que o
governo de Jacarta tivesse pouco ou nenhum controle nas suas províncias. As
pessoas começaram então a invadir as florestas protegidas e a transformá-las em
terras para agricultura. As empresas madeireiras também passaram a desflorestar
vastas áreas da Indonésia sem informarem o governo. Até áreas protegidas como o
Parque Nacional de Tanjung Puting são alvo de cortes ilegais por parte destas
empresas
Adicionalmente, os actuais programas governamentais de
realojamento mudam as pessoas de áreas densamente povoadas para as áreas
recentemente desflorestadas. Estes imigrantes não só competem com os
orangotangos por alimentos como vão ainda aumentar a desflorestação. Segundo um cálculo do Banco Mundial, a Indonésia, onde vivem
cerca de 80% dos orangotangos em estado selvagem, está a perder 1,5 milhões de
hectares (15 mil Km2) de floresta todos os anos.
Devido às suas características
biológicas a recuperação da população é bastante complicada, uma vez que as
fêmeas têm só uma cria em cada 4-6 anos, o tempo de crescimento é também
bastante grande, para além da mortalidade infantil elevada. Por outro lado a
reintrodução de orangotangos criados em cativeiro também parece pouco viável,
devido à destruição do seu habitat natural. Por
estes motivos é muito provável que os orangotangos deixem de viver em estado
selvagem em poucos anos.
Fonte: http://nacoesunidas.org;
http://www.sabado.pt; http://naturlink.sapo.pt
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