sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Cresce o número de orangotangos assassinados pela indústria de óleo de palma.



O nome Orangotango tem origem nas palavras malaia orang-utang que significa homem-do-bosque. Na verdade eles partilham muitas características connosco, além das óbvias parecenças anatómicas, são inteligentes e possuem boa memória, são capazes de fazer deduções. Algumas populações sabem mesmo usar utensílios.
Os orangotangos vivem nas árvores, perto da copa, onde fazem as suas camas e onde se passa toda a sua vida social. Machos adultos tendem a ser solitários, tendo pouco contacto com as fêmeas, que só procuram na época da reprodução. Já as fêmeas gostam de viver em grupos de 3 ou 4 adultas, acompanhadas pelos filhos, machos ou fêmeas, sendo que os mais novos se agarram às suas costas, enquanto os outros as seguem de perto. Apesar de serem omnívoros, mais de metade da alimentação dos orangotangos são frutos, distribuindo-se o restante por folhas, bagas, ovos e pequenos invertebrados.

Actualmente, o habitat deste primata está limitado às ilhas de Bornéu e Sumatra, na Indonésia e Malásia. A sua área de ocorrência tem diminuído drasticamente nas últimas décadas e também se tem verificado a diminuição do seu efectivo populacional, sendo agora uma espécie em risco de extinção. A caça e a destruição do habitat foram os factores que mais contribuíram para o declínio do número de indivíduos desta espécie.


De acordo com o documento publicado recentemente pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Universidade de Liverpool John Moores, em colaboração com a Parceria para a Sobrevivência dos Grandes Primatas (GRASP), a conversão em massa de florestas de Bornéu para o desenvolvimento agrícola, principalmente para óleo de palma, vai deixar os orangotangos em perigo de extinção fragmentados e em vias de extinção em uma série de áreas”. Este óleo vegetal é o mais consumido do planeta. Sendo usado para fazer desde biscoitos, a champô. Estima-se que 55 mil orangotangos de Bornéu permanecem nas florestas, de acordo com o PNUMA.

A ilha de Bornéu divide-se em três partes pela Indonésia, Malásia e Brunei. Sua taxa de desmatamento está entre as mais altas do mundo há mais de duas décadas e 56% das florestas tropicais de planícies protegidas, uma área quase do tamanho da Bélgica, perdeu-se entre 1985 e 2001. O relatório acrescenta que, se o desmatamento no sudeste da Ásia continuar, 75 % da cobertura florestal original será perdida até 2030


Em território indonésio, a proibição da caça e a criação de reservas naturais, pareciam as medidas adequadas à protecção da espécie e foram postas em prática há várias décadas. No entanto, estas leis deixaram de ser cumpridas quando Suharto, ex-presidente da Indonésia, perdeu o poder. O período de transformação que a Indonésia está a atravessar levou a que o governo de Jacarta tivesse pouco ou nenhum controle nas suas províncias. As pessoas começaram então a invadir as florestas protegidas e a transformá-las em terras para agricultura. As empresas madeireiras também passaram a desflorestar vastas áreas da Indonésia sem informarem o governo. Até áreas protegidas como o Parque Nacional de Tanjung Puting são alvo de cortes ilegais por parte destas empresas

Adicionalmente, os actuais programas governamentais de realojamento mudam as pessoas de áreas densamente povoadas para as áreas recentemente desflorestadas. Estes imigrantes não só competem com os orangotangos por alimentos como vão ainda aumentar a desflorestação. Segundo um cálculo do Banco Mundial, a Indonésia, onde vivem cerca de 80% dos orangotangos em estado selvagem, está a perder 1,5 milhões de hectares (15 mil Km2) de floresta todos os anos.

Devido às suas características biológicas a recuperação da população é bastante complicada, uma vez que as fêmeas têm só uma cria em cada 4-6 anos, o tempo de crescimento é também bastante grande, para além da mortalidade infantil elevada. Por outro lado a reintrodução de orangotangos criados em cativeiro também parece pouco viável, devido à destruição do seu habitat natural. Por estes motivos é muito provável que os orangotangos deixem de viver em estado selvagem em poucos anos.

Fonte: http://nacoesunidas.org; http://www.sabado.pt; http://naturlink.sapo.pt

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