Alguns estudos sobre inteligência em peixes têm
demonstrado que estes
animais são dotados de um sistema
cognitivo capaz de lhes propiciar
diversas ações que podem ser compreendidas como sinais de inteligência. Um dos exemplos é
a cooperação no que se refere à busca de alimentos e à defesa de potenciais predadores.
Num estudo recente sobre comportamento
dos peixes, realizado por uma equipe de biólogos marinhos, mostrou que os
peixes são animais bastante espertos, sendo capazes de exibir comportamento
tais como:
Cooperação mútua
Os grandes recifes, são um óptimo exemplo de inteligência
nos peixes uma vez que exibem uma grande diversidade de atividades, envolvendo
milhares de diferentes espécies marinhas, muitas das quais aprendem a cooperar
umas com as outras para benefício mútuo.
Outra
forma de cooperação impressionante é o dos chamados “postos de limpeza”, onde
peixes maiores se colocam e esperam que os peixes mais pequenos comam seus incómodos
parasitas. Ambos saem a ganhar, uns com a comida, outros aliviam-se dos
parasitas.
Este processo é complexo, mas
revelador de como os peixes conseguem gerir bem o sistema. Os
investigadores observaram o comportamento dos peixes “de limpeza”, que se
adaptam e administram o número de “clientes”, conforme passam pelos postos. Na
verdade, estes animais preferem o gosto do nutritivo muco que cobre a pele dos
peixes que limpam, e ocasionalmente se arriscam a morder os “clientes”. Se houver
muitos peixes que comem os parasitas, os clientes abandonam peixes que derem
essas mordidas indesejadas. Se o serviço dos peixes pequenos, estiver escasso,
os peixes maiores toleram mais mordidas do que o normal.
Estes
peixes de limpeza, aprenderam que podem manipular o sistema, dando mais
mordidas no muco, dependendo de quantos clientes em potencial ou peixes
concorrentes estão por perto.
Parceiros de caça
Investigadores observaram também diversas parcerias na
caça, como por exemplo a dupla formada pelos predadores garoupa e moreia.
Normalmente, espera-se que esses animais compitam entre si, mas as espécies
desenvolveram um sistema que é mutuamente benéfico. Um dos animais nada até o
recife, espantando as presas até o campo estar aberto, ou até a uma passagem
fechada, tornando-as alvos fáceis para todos.
Linguagem corporal
Os peixes caçadores usam uma linguagem corporal
sofisticada para sincronizar seus ataques. Um aceno de cabeça costuma ser o
sinal definitivo para ação. Esse tipo de comunicação não é exclusivo dos peixes
encontrados em recifes, mas numa grande diversidade de peixes como é o exemplo
o atum, em que esta linguagem é bastante desenvolvida ( nadam em círculos para
confundir predadores, por exemplo).
Identificação de oportunidades
Uma das descobertas mais impressionantes do estudo foram
as sofisticadas habilidades de processamento cognitivo dos peixes que fazem a
limpeza de parasitas. Segundo o investigador Redouan Bshary, elas seriam
superiores às de primatas.
Um teste foi realizado com estes animais, em que dois
pratos de comida eram colocados: um permaneceria no mesmo lugar, o outro seria
removido depois de um curto período. Os peixes tinham que compreender que
deviam comer primeiro do prato que seria retirado.
Estes peixes tiveram um ótimo desempenho, e demonstraram
sua percepção excelente ao aprender rapidamente que tinham de comer do prato
que seria retirado, antes de se dirigir ao prato permanente. Os resultados
positivos repetiram-se em todas as variações do teste. Primatas em que foi
feito o mesmo teste demoraram muito tempo para se adaptar ao sistema.
Muitas são as estratégias destes
animais para se alimentarem, ou satisfazer outras necessidades básicas, para além
de conseguirem viver em comunidade, tudo isto é conseguido graças ao seu poder
de Inteligência. Aos humanos cabe simplesmente mudar a perspectiva como se vê
mundo e como se olha para os outros animais.
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