quarta-feira, 29 de abril de 2015

Experiencias com animais podem mesmo acabar?



Os testes com animais são uma prática muito antiga, mas que com o passar dos tempos e com a consciencialização da população para os direitos dos animais vêm perdendo apoiantes. São cada vez mais as organizações de defesa dos animais e cidadãos anónimos a fazer campanhas contra esta prática.
Não só cães, mas ratos, coelhos e diversos primatas são utilizados na investigação de novos medicamentos e produtos de cosméticos. Desde o fim dos anos 50, porém, uma dupla de cientistas ingleses já dizia que, no futuro, o uso de animais não aconteceria. Hoje, mais de cinquenta anos depois, a tecnologia já permite essa substituição?
Nesta semana surgiu uma óptima alternativa aos testes com animais ainda que um pouco difícil de imaginar, a imagem abaixo é, na realidade, de um coração e de um fígado minúsculos. Pode-se ver uma série de minúsculos corações batendo à direita, e na esquerda um coração que foi incluso com um fígado. Todos eles foram impressos em 3D.


Segundo reportagem do site The Huffington Post UK, esses órgãos artificiais são o trabalho de Anthony Atala e de uma equipe do Instituto de Medicina Regenerativa de Wake Forest (Wake Forest Institute for Regenerative Medicine) em Winston-Salem, Carolina do Norte e são os resultados de uma nova técnica que poderia anunciar um passo a frente nos testes de medicamentos.



A New Scientist relata que os órgãos foram criados por reprogramação de células cutâneas humanas em células cardíacas. Uma impressora 3D foi então utilizada para criar o formato desejado.

No mês passado também surgiu a notícia da criação de um rato virtual, que pode substituir os animais. Os investigadores do HumanBrain Project, um projecto de investigação de dez anos na área das neurociências, financiado pela Comissão Europeia, estão a trabalhar numa maneira de permitir à ciência continuar a testar métodos e medicamentos sem que para isso seja utilizada a vida de um animal. Para tal, estão a construir um rato virtual que será um modelo computacional exacto de um rato real para que as futuras investigações médicas possam ser modeladas de forma tão precisa como se estivessem a ser testadas em ratos verdadeiros.
De momento, a equipa já conseguiu mapear cerca de 200.000 neurónios do cérebro dos roedores e fazê-los corresponder às diferentes partes do corpo que são responsáveis pelo seu estímulo. O cérebro de um rato tem 75 milhões de neurónios e, como tal, ainda há muito trabalho para ser feito, mas os investigadores estão a avançar com alguma celeridade.
Outra alternativa muito estudada que poderá revolucionar os testes com animais será Ship criado pela nova startup chamada Emulate.  Este chip consegue reproduzir a fisiologia humana. Essa tecnologia está sendo chamada de Organs-on-Chips (Órgãos-em-Chips) e promete ser muito mais eficiente do que o uso de animais para teste, já que as reações serão as mesmas dos órgãos humanos, apresentando resultados muito mais confiáveis. Uma equipe formada por  bioengenheiros do Instituto Wyss, ligada à Universidade de Harvard, foi a responsável pela ideia do Organs-on-Chips.
Os dispositivos contêm canais preenchidos com tecidos humanos vivos e algumas células livres, que foram cultivadas laboratorialmente para garantir as mesmas condições do corpo humano. Pela primeira vez tornou-se possível saber as reações fisiológicas humanas sem que seja preciso realizar um procedimento invasivo.

Talvez estes avanços nas tecnologias poderão não acabar num futuro próximo com a utilização de animais na investigação, no entanto são ótimos avanços para que isso possa acontecer


 

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