segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Quer ter um cão de raça portuguesa? Conheça algumas das suas características



Cão da Serra de Aires
É um cão de pastor, oriundo da Serra d`Aires em Monforte no Alentejo (muitas
vezes existe a confusão de que este cão é originário da Serra d`Aires e Candeeiros na Extremadura, o que não se confirma), embora as suas origens tal como tantas raças se percam nos tempos, envoltas de alguma incerteza e outro tanto mistério.
É um cão ótimo para o pastoreia de qualquer tipo de animal: vacas, ovelhas, cabras, cavalos, varas de porcos ou até mesmo humanos. É tão versátil e tem tanto desejo em aprender que nos arriscamos mesmo a dizer: se o Serra de Aires fosse reconhecido mundialmente nos anos 90, decerto que tinha ganho o papel de pastor para o filme “Um porquinho chamado Babe”! Embora seja conhecido como cão de trabalho, o Serra de Aires é também um bom cão de companhia. É afectuoso e brincalhão, mas dentro do núcleo familiar elegerá sempre um dono, devido ao seu instinto natural de ser “cão de um único dono”.
O Serra de Aires é cão de porte médio com um aspecto despenteado e um focinho que se assemelha ao de um macaco, que lhe valeu a alcunha “cão macaco”. De aspecto robusto, apresenta uma cabeça larga com um stop bem definido. O nariz é de preferência preto ou então mais escuro do que a pelagem. De expressão viva, os olhos são doces e de preferência escuros. Possui umas orelhas pendentes e triangulares, um bigode, uma barbicha e umas fartas sobrancelhas que lhe conferem um ar peculiar. Tem um peito proeminente e forte. A cauda afunila até à ponta e cai até aos jarretes. Pode erguer-se enrolada quando o cão está em acção.
A pelagem é muito comprida lisa ou ligeiramente ondulado e pode ter várias cores como o amarelo,  o castanho, o cinzento, o fulvo e o lobeiro, tanto em tons mais claros, como também comum e escuro ou torrado e preto. Estas cores podem ser mais ou menos afogueadas e interpoladas, mas nunca malhadas, exceptuando uma pequena mancha no peitoral.



Cão de Fila de São Miguel
O Cão Fila de São Miguel é um cão originário da Ilha de São Miguel, nos Açores. É também considerado um excelente cão de guarda de propriedade e defesa pessoal. De temperamento muito forte com estranhos, o Cão Fila de São Miguel deve ser socializado desde filhote para se tornar um bom pet.
Este cão é muito inteligente e com grande aptidão para aprender. De temperamento ardente e voluntarioso, pode ser agressivo para estranhos embora seja dócil para o seu dono. Como característica muito importante destaca-se a capacidade de cuidar das vacas (maneio e condução) e até mesmo protegê-las aquando da sua ordenha, sendo conhecido pelos locais como o “cão das vacas”.
O Cão Fila de São Miguel é de média corpulência, forte e rústico. A cabeça é forte e tem aspecto quadrado. Os lábios são bem pigmentados, sobrepostos, rasgados, firmes e de perfil ligeiramente curvo. A dentição é completa com fecho em tesoura ou em pinça. Os olhos são ovais, bastante expressivos, ligeiramente encovados, castanhos escuros, horizontais e de tamanho médio. As orelhas tem uma inserção acima da média e quando não são cortadas, ficam pendentes e ligeiramente afastadas da face.
O pelo é curto, forte, denso, liso e ligeiramente franjado na cauda e posteriores. A cor pode ser amarela, cinza e fulvo, nas tonalidades claro e escuro, devendo ser sempre raiado e podendo ter uma malha branca na região frontal e mentopeitoral, podendo ser menalvo, pedalvo ou quadralvo. A pele é grossa e pigmentada. 
De porte grande, a altura média dos cães machos da raça fica entre 50 e 60 cm, medidos sempre a altura da cernelha. As fêmeas devem medir entre 48 e 58 cm.



Cão da Serra da Estrela
Cão da Serra da Estrela é uma raça de cães oriunda da região montanhosa com o mesmo nome. Possui todas as qualidades requeridas nesta região agreste, é inteligente, leal e valente. Estima-se que seja uma das raças caninas mais antigas da Península Ibérica.
Utilizado principalmente como guarda de pastoreio, o Cão da Serra da Estrela é uma das raças de cão mais populares de origem portuguesa.  É um óptimo cão de guarda, devido ao seu temperamento desconfiado com estranhos e tipicamente dócil com seus donos. A pelagem é ligeiramente grossa, abundante, com textura semelhante ao pelo de cabra. O subpelo é fino e curto, normalmente mais claro que a pelagem de cobertura. O Cão da Serra da Estrela possui duas variedades de pelagem; pelo longo e pelo curto. As cores típicas da raça são o sólido (amarelo, fulvo e cinza em qualquer tom e intensidade); o cinza lobo (fulvo com tons de amarelo e cinza); e o tigrado (cor básica fulvo, amarelo ou cinza com listras pretas). Olhar vivo, calmo e expressivo. Bem proporcionado, morfologicamente perfeito, de uma acentuada harmonia de conjunto, reveladora de uma pureza étnica radicada pelo tempo.



Cão de Castro Laboreiro
Da Serra da Peneda, mais propriamente da aldeia de Castro Laboreiro, chega a raça com o mesmo nome. A par do Serra da Estrela, o Cão de Castro Laboreiro faz parte das raças portuguesas mais antigas e é conhecido pelas suas vocalizações características. Apesar do ladrar alto e forte, e da sua expressão severa, o Castro Laboreiro é um cão dócil, brincalhão e bastante familiar.
É um excelente guardião de pessoas, propriedades e bens. Manifesta instinto territorial, verificando com periodicidade os locais sob sua guarda, assegurando-se de que não existe presença de estranhos.
Como todos os cães de montanha, o Castro Laboreiro é um animal muito independente, dotado de grande inteligência, de uma fidelidade inquestionável e aprendizagem fácil. Dada a sua forte personalidade, deve ter uma educação firme onde não se admitem ordens contraditórias.
Necessita de bastante espaço para gastar energias, ideal para casas com terreno ou quintas. Efectua "rondas" ao seu território por instinto, verificando com periodicidade os locais sob sua guarda, assegurando-se de que não houve presença de estranhos e para marcar a sua presença.
Como pastor, saindo o gado dos currais o cão segue-o como uma "sombra" até aos lameiros ou aos planaltos, regressando com eles ao entardecer. Tem preferência para repousar por locais elevados com grande amplitude visual.
Muito meigo, carinhoso e brincalhão para com os donos, detentor de uma fidelidade extraordinária. É um cão sempre bem disposto, paciente, brincalhão e mesmo cuidadoso para com crianças, tolerando bem os seus “maus tratos”.


Rafeiro alentejano
De grande corpulência, encontra-se principalmente no Alentejo. O Corpo robusto lembra muito o de um são bernardo mas sua cabeça se assemelha à de um urso. Este imponente animal é o maior entre as raças portuguesas.
O Rafeiro do Alentejo oriunda do sul do país, a raça pode ter sangue do mastin espanhol e também do cão da serra-da-estrela. Trata-se de um animal de natureza agressiva e grande independência.
Pelo facto de ter muitas características de cão de guarda, é imensamente territorial e agressivo com estranhos que invadam o seu território, por isso devem ser educados por alguém com experiência. Os exemplares desta raça são calmos e dóceis, com os seus donos, são também bastante corajosos, capazes de quase tudo para proteger o espaço da sua família. Gostam de espaço para poder gastar a sua energia, portanto não são citadinos, não são feitos para viver em apartamentos.
O Rafeiro do Alentejo é de porte grande, as fêmeas medem entre 64 a 70 cm e os machos situam-se entre os 66 e os 74 cm. O peso varia em torno dos 35 e os 45 kg nas fêmeas e entre os 40 e os 50 kg nos machos. O corpo é mais comprido que alto, e tem uma cabeça semelhante à de um urso, com maxilares fortes. O pêlo pode ser curto ou médio, com cores preta, lobeira, fulva ou amarela.


Podengo Português
Os Podengos  existem em três tamanhos, pequeno, médio e grande; cada dos quais tem dois tipos de pelo: liso e cedoso, num total de seis variedades. O Podengo Pequeno tem entre 20-30 cm e pesa 4-5 kg; o Podengo Médio mede 39-54cm e pesa 16-20kg e o Podengo Grande tem de altura: 55-70 cm.  
O Podengo Português é a raça nacional portuguesa. Ele é rápido, ágil e extremamente resistente. O Podengo Pequeno, cuja altura ao ombro é só 20-30cm, é muito maleável e um caçador exímio. Esta variação menor do Podengo Português Médio persegue os coelhos dentro das tocas, em fendas ou em mato cerrado, sendo enviado aos buracos de coelho para soltar a caça que o Médio perseguirá cá fora. 
Os cães desta raça são inteligentes e cheios de coragem e afetuosos com os donos, sendo excelentes cães de companhia. Além disso, contam com boas habilidades para caçar.
Este cão está sempre em alerta, sendo um bom cão de guarda, também. Ele tem boa convivência com outros cães, mas devido ao seu instinto de caça, é preciso ter cuidado quando é colocado ao lado de outros animais menores.
Estes cães precisam de muita atividade física no dia a dia, por isso, os donos devem sempre leva-los para correr e brincar. Devido à inteligência desta raça, o Podengo Português consegue aprender coisas novas com muita facilidade e rapidez, e responde rápido aos comandos do dono.


Perdigueiro Português
A origem da raça Perdigueiro Português ainda é desconhecida, mas estudos sugerem que ela esteja vinculada ao Braco Italiano. São excelentes caçadores, sendo ágeis, resistentes e, principalmente, velozes. Porém, alguns estudiosos sugerem que a origem da raça seja francesa, outros espanhola e há quem diga que seja italiana. Além disso, existe uma teoria que o antepassado da raça veio da Espanha para a Grã-Bretanha entre os anos de 1705 e 1713.
O Perdigueiro Português, também, é conhecido como Pointer ou somente Perdigueiro. Os cães desta raça contam com uma excelente memória e conseguem aprender as coisas com muita facilidade. Não é a toa que são bons caçadores. O Perdigueiro é um cão nobre, educado e muito inteligente. Além disso, é muito sociável com crianças e estabelece uma verdadeira ligação ao dono, sendo fiel e companheiro.
Os cães desta raça são ativos, fortes e muito resistentes. Obedientes, eles conseguem caçar com muita facilidade. O Perdigueiro Português tem paixão pela vida e precisa estar sempre em movimento. Assim, vai adorar quando o dono o levar para passear, para que possa gastar energia.
Harmonioso, esbelto e muito elegante, os cães desta raça conquistam a todos pela sua beleza, vivacidade e amor. Além disso, eles têm muita força e flexibilidade. É um cão alto, de grande porte e tem muita energia. Precisam de atividades físicas diárias. Os machos costumam atingir, em média, 56 cm e as fêmeas alcançam 54 cm. Em relação ao peso, ele também costuma variar sendo de 23,5 Kg para os machos e 19 Kg para as fêmeas.
O focinho do Perdigueiro Português é longo, largo e os cães desta raça têm a cabeça proporcional ao tamanho do corpo. Os olhos são vivos e as orelhas são caídas, tendo o tamanho mediano de 15 cm. O pelo é curto, denso e forte. Pode ter as seguintes colorações: amarelo e castanho, uniforme ou manchado.



Cão d’Água Português
A origem do Cão D’Água Português está ligada com a região da Ásia central cerca de 700 anos A.C., seguindo para a península Ibérica no século VII. Nessa época, ele era considerado o cão mais valioso, devido à qualidade de santo, atribuída com base em suas habilidades.
Essa raça era usada como mensageira entre quem estava em navios e quem se encontrava em regiões costeiras. A aptidão para nadar também ajudava na hora de recuperar redes equipamentos que caíam no mar.
Com um porte médio, o Cão D’Água Português possui o corpo musculoso e uma estrutura óssea bem forte. Sua estatura varia entre 43 e 57 cm e pode pesar de 19 a 25 kg quando adulto.
Uma das principais características deste animal é a sua pelagem, que cresce indefinidamente e não tem subpelos. Logo, esta raça não solta pelos e nem troca a pelagem, o que é uma vantagem para pessoas com problemas alérgicos. O pelo pode ser enrolado ou ondulada, nas cores marrom e preta, com ou sem manchas brancas. Há ainda
Os cães desta raça são bastante leais, afectuosos, por isso são ótimos companheiros. São também muito sociáveis, gostam de fazer passeios e outras actividades com a família. Conseguem-se adaptar perfeitamente a um ambiente citadino, mas preferem ambientes mais calmo.




Barbado da Terceira
Barbado da Terceira é uma raça canina tida como um cão de gado por excelência, muito ágil e dinâmico, conduzindo e juntando o gado com grande facilidade, sendo também utilizado no maneio de gado bravo.
De acordo com o Clube Português de Canicultura (CPC). “é utilizado ainda como cão de guarda, função que desempenha com eficácia”, ao mesmo tempo que é “um bom cão de companhia” face ao seu “carácter afável e ensino fácil”.
O Barbado provavelmente evoluiu de cães trazidos pelos povoadores a partir do século XV e que eram usados na recolha de gado bravo.
No seu aspecto geral, surge referência a um cão rústico, com corpo forte e bem musculado, coberto de pêlo comprido, abundante e ondulado. As orelhas quando não são cortadas são pendentes e triangulares.
Quanto ao comportamento/carácter, é tido como cão companheiro e fiel ao dono, inteligente, de ensino fácil, alegre, meigo e voluntarioso.  



Cão de gado transmontano 
A origem desta raça une-se à história de todos os mastins ibéricos e a sua evolução está ligada à rota da transumância na Península. Companheiro do pastor com funções específicas de guarda contra o ataque do lobo, desde sempre prolífero na zona. Em épocas remotas, este cão fixou-se nas regiões altas de Portugal, nomeadamente em Trás-os-Montes.
Nesta região montanhosa, que se caracteriza por campos íngremes de pastos e de difícil acesso rodoviário, esta raça adaptou-se às condições da região e ao tipo de gado ovino e caprino que, tradicionalmente tem pastagem nestas áreas, evoluindo, até se fixar morfologicamente, em perfeita simbiose com as condições e o tipo de trabalho que lhe foi solicitado.
Cão de tamanho grande, forte e rústico que se evidencia pelo seu aspecto imponente, porte altivo e olhar sóbrio. Tem o perfil lateral quadrado, com membros altos, de ossatura forte, naturalmente direitos e bem aprumados, ventre ligeiramente arregaçado e angulações posteriores moderadas.
Existe nesta raça dimorfismo evidente, atingindo os machos altura e corpulência nitidamente superiores às fêmeas. Não obstante a sua corpulência é um cão de temperamento dócil, mas reservado.
É cauteloso sem ser agressivo, sempre calmo e com olhar sereno. É um excepcional vigia na sua função de guarda de rebanhos contra o ataque dos lobos, sempre atento nas suas funções de protecção.
Vive e convive com outros machos sem conflito, impondo a hierarquia da dominância quando habita em conjuntos onde existem fêmeas em idade de reprodução.
Os pastores preferem os machos e é natural vê-los juntos em número superior às fêmeas no acompanhamento ao rebanho, que nunca é feito só por um cão. 
Confrontado com o contacto humano de estranhos e ultrapassada a reserva inicial, deixa-se manusear sem problemas e é muito sensível a bons tratos e atenções.




Barrocal Algarvio
A origem deste cão é muito antiga. Sabe-se que sempre conheceu grande prosperidade entre os habitantes do Algarve, sobretudo a nível da sub-região do Barrocal, que apresenta características geofísicas particulares, caracterizadas por solos calcários, pedregosos com afloramentos rochosos.
Este cão tem estrutura média, rustico e bem proporcionado, com característico porte de cauda em cimitarra. A cabeça tem forma piramidal com orelhas erectas e chanfro cónico truncado na ponta. Apresenta pouco dimorfismo sexual.
É um cão de caça por excelência, resistente, rápido e ágil. Dócil por natureza e de maneio fácil. Muito vivo e inteligente.

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