O ser humano é monogâmico? A resposta permanece
inconclusiva e, com frequência, buscamos na natureza e em outras espécies a
base para o nosso comportamento. No reino animal, os relacionamentos manifestam-se
nos mais diversos moldes, o que inclui desde a sexualidade descontraída dos bonobos à monogamia
sequencial dos pinguins-imperador, que mantêm um
único parceiro durante todo período de acasalamento (não obrigatoriamente no
seguinte).
E ainda que não seja a regra, há também espécies
exclusivamente monogâmicas, cujos indivíduos estão propensos a manter a mesma
união pela vida toda. Entre elas, estão roedores, aves, antílopes, ao menos uma
espécie de lagartos e até mesmo insetos e animais marinhos.
1. Cisnes
Os cisnes representam o exemplo mais
conhecido de animais que formam casais para toda a vida. A imagem dos casais de
cisnes a nadar com os pescoços unidos em forma de coração é um símbolo
romântico popular, que fica bem em qualquer postal do dia dos namorados.
Os casais de cisnes trabalham em conjunto
na construção do ninho, na encubação dos ovos e geralmente regressam sempre ao
mesmo ninho na época de acasalamento.
Embora existam cisnes não totalmente fiéis
aos seus parceiros, bem como alguns casais que acabam por se separar
(geralmente por não conseguirem procriar), a fama de partilharem um “amor para
sempre” é justa para a grande maioria deles.
Os cisnes são aves aquáticas
da sub-família Anserinae, que inclui também os gansos. No seu conjunto formam o
género Cygnus, sendo caracterizados pelo longo pescoço e por patas curtas. A
sua distribuição geográfica é diversificada, sendo os cisnes do hemisfério
norte brancos, enquanto que os do hemisfério sul apresentam plumagem por vezes
colorida.
2. Dik-dik
O dik-dik é um antílope pequenino, de, em média, 60 cm de comprimento e 35
cm de altura. Raramente tem mais de um parceiro sexual ao longo da vida e, se
isso acontece, ele é "fiel" nos seus relacionamentos, deixando
de acasalar com um parceiro para ir acasalar com o outro.
Isso acontece porque, entre outros motivos, quando a fêmea está
"comprometida", o cheiro de seu macho afasta os outros. A fêmea, por
sua vez, não demonstra interesse em manter mais de um relacionamento
3. Lobos
Os lobos têm um sentido de lealdade e
fidelidade exemplares no mundo animal.
Não só é hábito formarem casais para toda a
vida, como a sua ligação com irmãos e irmãs dentro da alcateia é
tão forte como as relações entre os casais, criando assim toda uma relação
familiar forte e duradoura.
4. Gibões
Os gibões são primatas que costumam formar
casais para toda a vida. Uma vez juntos, não se limitam a acasalar e criar os
filhotes, são muitas vezes observados a cuidarem do pêlo um do outro, ficarem
juntos nas árvores e partilhar outras atividades.
O dimorfismo sexual (termo que se refere ás
diferenças físicas entre machos e fêmeas dentro da mesma espécie) dos gibões é
pouco acentuado, pelo que existe um alto nível de igualdade entre os sexos
nestes animais.
Apesar de serem um dos maiores exemplos de
monogamia e fidelidade, existem alguns gibões que olham para o lado, e não
estamos a falar da árvore seguinte. Também existe uma pequena percentagem de
casais que se “divorciam”. À medida que se vão realizando estudos sobre a
complexidade social destes animais, mais os seus “casamentos” se parecem
assemelhar aos nossos – tanto nas virtudes como nos defeitos. O que não é de
estranhar pois são os nossos parentes mais próximos de
toda esta lista.
5. Pinguins
Os pinguins têm pela frente uma tarefa
árdua quando geram filhotes. Para que um pequeno pinguim tenha hipóteses
de sobreviver nas condições austeras do pólo sul, os seus progenitores têm de
trabalhar em conjunto e dividir as tarefas.
Esse foi o motivo pelo que, provavelmente,
os pinguins evoluíram de forma a formar casais duradouros e fiéis, embora por
vezes, os casais se separem quando os filhotes atingem maturidade suficiente
para se tornarem independentes.
No Oceanário de Lisboa existe um casal de
pinguins-de-Magalhães que completou recentemente 25 anos de “casados”, um exemplo do
comprometimento destes animais.
6. Peixe-frade
A monogamia entre peixes é rara, mas os
peixes-frade são um bom exemplo de “eternos namorados”.
Muitas vezes estes peixes permanecem com o
seu parceiro para o resto da vida, nadam juntinhos pelo oceano (romântico!),
caçam em conjunto e também defendem em conjunto o seu território quando
pressentem ameaças de outros peixes. Aliás, é pouco comum encontrar um
peixe-frade sozinho.
7. Térmitas
Quando pensamos em insetos, a ideia que
temos é a de uma rainha rodeada de numerosos machos que com ela acasalam.
Com as térmitas, é diferente. Muitas
térmitas têm no topo da hierarquia uma rainha mas também um “rei”. Esse casal
pode ficar junto toda a vida e gerar toda uma colónia de térmitas. Uma rainha é
capaz de pôr dois mil ovos por dia.
8. Rato-silvestre-da-pradaria
Apesar de os roedores estarem associados a uma forte
promiscuidade, os ratos-silvestres-da-pradaria (Microtus ochrogaster) estão entre os maiores
exemplos de animais monogâmicos que se conhecem.
Quando se juntam, formam um casal cuja relação costuma durar
para o resto das suas vidas. Criam os filhotes em conjunto, de todas as
ninhadas que tiverem e é muito raro separarem-se para formarem outros casais.
Costumam partilhar outras atividades, como cuidar do pêlo um do outro ou
simplesmente passar o tempo juntos. O rato da
pradaria já virou um símbolo de amor e fidelidade nos Estados Unidos. Casais de
namorados até trocam o bichinho, que é doméstico, como forma de carinho. Isso
porque eles têm um único parceiro sexual ao longo de toda a vida
Quando um dos parceiros morre, apenas um quinto dos viúvos
decide ir à procura de um novo parceiro.
9. Águia-careca
São os símbolos do patriotismo
norte-americano, mas estas águias também poderiam ser um símbolo da monogamia e
fidelidade.
Apesar de viajarem sozinhas nas suas
migrações, quando chega a época de acasalamento é comum voltarem ao mesmo sítio
e sobretudo ao mesmo parceiro. Mas antes, os machos precisam de dar o seu
melhor em voos acrobáticos para conseguirem conquistar o coração da menina.
Existem alguns “divórcios” entre os casais
destas águias e, segundo é sugerido, isso ocorre quando o casal falha em
conseguir gerar descendência, procurando assim outros parceiros com os quais
sejam capazes de procriar.
10. Baratas
As baratas são animais, no
mínimo, intrigantes. Existem algumas curiosidades sobre elas que as tornam
muito mais interessantes do que repugnantes. Uma dessas curiosidades é que
as baratas são ávidas praticantes da monogamia e geralmente formam casais que
duram para sempre, a próxima vez que achar uma barata nojenta, lembre-se que
são mais comprometidas e fiéis que muitas pessoas.
11. Rato-saltador-gigante
Os ratos-saltadores-gigantes (Hypogeomys antimena)
são outro dos poucos exemplos de monogamia entre animais roedores.
Habitam uma pequena área do Madagáscar mas
são grandes em companheirismo. Estes roedores permanecem juntos para criar os
seus filhotes e geralmente só se juntam a um novo parceiro se o anterior falece.
12. Albatrozes
Os albatrozes são bem conhecidos pelos seus rituais criativos de
acasalamento, com danças inusitadas que demoram anos (!) a aprender, mas são
também um bom exemplo em termos de fidelidade.
Apesar de percorrerem enormes distâncias sobre os oceanos, regressam ao
mesmo local e ao mesmo parceiro.
Numa espécie específica de albatroz, o albatroz-das-galápagos (Phoebastria irrorata), testes genéticos ás crias
demonstraram que cerca de três quartos delas tinham o mesmo pai. Já no caso do
albatroz-errante (Diomedea exulans), apenas uma em
cada dez crias tinha um pai diferente. Talvez seja um bom argumento para que as
duas espécies troquem de nome.
Outros bons
exemplos de animais monogâmicos são os casos dos urubu-de-cabeça-preta, rola-brava, castores, coruja-das-torres,
a araras e os polvos. No caso destes últimos que são animais
invertebrados mais
inteligentes do planeta, geralmente têm apenas um parceiro. Para a maioria das
espécies isto não significa grande coisa na verdade, vivem apenas um ou dois
anos, pelo que apenas geram uma postura de ovos e depois morrem. No
entanto há uma espécie o Polvo do Pacifico. Estes polvos comportam-se de uma
maneira diferente de todas as outras espécies: acasalam “cara a cara” (outros
polvos acasalam a uma certa distância) e mantém o mesmo parceiro com o qual
geram múltiplas posturas de ovos durante a sua vida. São
também muito sociais e podem viver em grupos de até 40 indivíduos.
Fontes: http://www.mundodosanimais.pt; http://www.arreganho.com.br; http://viajeaqui.abril.com.br; http://naturlink.sapo.pt.
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