Estes animais
descem para as zonas habitacionais à procura de comida nos caixotes do lixo. Passou
a fazer parte do cenário da serra da Arrábida ver javalis junto dos contentores
do lixo ou debaixo das messas de esplanadas de qualquer restaurante: Se para
uns a “aparição” destes animais em zonas turísticas e habitacionais pode ser
uma atração turística para outros a multiplicação destes animais pode
representar um grande perigo, quer para as pessoas, quer para a fauna e flora
da região. O crescimento desta população disparou nos últimos anos agora estará
fora de controlo. Os caçadores querem evitar as atividades furtivas, propondo
montadas organizadas para acabar com esta “praga.”
Estes animais
por vezes descem a serra para entrar na cidade de Setúbal ou na vila de Azeitão
em busca de água e alimentos. Os moradores estão preocupados, receando ataques.
Sem predador a dimensão do problema levou a Federação Nacional de Caça
(fencaça) a pedir a pedir ao Parque Natural da Arrábida (PNA) que permita a
realização de montadas na serra para abate de alguns animais.
A resposta foi
negativa, apesar da PNA reconhecer que o perigo espreita na serra e deixa um
aviso as visitantes da região: “Não há outra maneira de controlar esta praga”
embora considerem que é necessário controlar esta praga, porque se torna
preocupante. No entanto proíbem e limitam a caça ao javali. Só um pequeno
número de montadores, caçadores e cães são autorizados a caçar. Existindo
várias zonas de caça no sopé da serra, mas todas elas com elevadas restrições.
Os javalis
preferem bosques com muita vegetação, onde se possam esconder e passam uma
grande parte do dia foçando a terra à procura de comida. Eles adoram banhos,
mas de lama. Segundo os habitantes da zona da Arrábida, os javalis podem ser
vistos em pequenos grupos, de manhã ou à tarde, sobretudo no verão à beira mar
a escavar mexilhão nas rochas.
Além dos passeios à praia, onde acabam por revirar os caixotes do
lixo à procura de comida, passaram a suceder-se igualmente investidas desses
javalis no lado urbano da Arrábida, em Azeitão. "Vêm esfomeados e já
chegaram até ao Parque da Cidade" (uma zona verde, com café e parque
infantil), onde revolveram o relvado, junto aos sobreiros, para se banquetearem
com as bolotas. "Isto é uma praga", considera Celestina Neves,
presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, a avisar: "É preciso fazer
alguma coisa antes que haja um acidente". E já houve um encontro imediato
entre um javali e um carro, no troço a caminho de Setúbal, saldando-se no
desfecho pouco simpático de ter um animal ferido, chapa amolgada e uma
condutora em estado de choque.
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