Projecto de lei do PAN foi aprovado com votos a favor de todos os partidos de esquerda e abstenção de PSD e CDS, foi hoje aprovada no parlamento uma lei que obriga todas as cantinas públicas a ter no seu menu um prato vegetariano. Esta lei deverá entrar em vigor dentro de 2 meses. A lei fica agora à espera da aprovação do Presidente da República.
Segundo o documento do PAN - Pessoas-Animais-Natureza,
prevê-se que “todas as unidades de restauração afetas ao sector público”, entre
as quais cantinas escolares e universitárias, unidades hospitalares,
estabelecimentos prisionais e lares, tenham pelo menos uma refeição “isenta de
qualquer produto de origem animal”. Deverão ainda ser elaborados “capitações,
fichas técnicas e de ementas” por parte dos “técnicos responsáveis pelos
Serviços de Alimentação e produção de refeições” de modo a que haja um
“fornecimento adequado de refeições vegetarianas”.
“Sem prejuízo das
competências atribuídas por lei a outras entidades, compete, em especial, à
Autoridade de Segurança Alimentar e Económica assegurar a fiscalização do
cumprimento das normas”, lê-se no documento apresentado pelo PAN em dezembro de
2015, que surge na sequência de uma petição com mais de 15 mil assinaturas.
Citando ainda dados deste documento, recorde-se que a
produção pecuária é uma das principais causas dos problemas ambientais:
a) É responsável por 51% da
totalidade das emissões de gases com efeito de estufa;
b) É responsável por 91% da
destruição da floresta da Amazónia;
c) O pasto ocupa 26% da
superfície terrestre, enquanto a produção de colheitas para consumo requer
cerca de 1/3 de toda a terra arável;
d) Gasta mais de 8% da água
global que o ser humano usa;
e) O sector também gera quase 2/3
da amónia antropogénica que contribui significativamente para a ocorrência de
chuva ácida e para acidificação dos ecossistemas;
f) Hoje em dia, o conjunto dos
seres humanos e do gado por ele criado representa cerca de 98% da biomassa
animal, sendo que os restantes 2% correspondem a animais livres na natureza.
Ainda segundo o jornal Público “Nos casos em que não exista procura suficiente de uma refeição vegetariana,
a lei prevê que essa cantina seja dispensada deste cumprimento, mas em
alternativa deve ter um regime de inscrição prévio”.
Recorde-se
que, recentemente a DGS- Direcção Geral de Saúde, lançou um manual dedicado à alimentação vegetariana,
para esclarecimento de profissionais de saúde e população em geral. Este manual
contem informações nutricionais dos alimentos, benefícios e riscos de uma opção
em termos alimentares, com cada vez mais adeptos em Portugal. E também lançou um
manual dedicado à alimentação vegetariana em idade escolar. Este manual contem
indicações sobre os cuidados a ter com as crianças e adolescentes que seguem
este tipo de dieta. A alimentação vegetariana
tem vantagens, mas também apresenta desvantagens, por isso este manual pode ser
uma óptima ajuda tanto para os jovens, como para pais, educadores e
profissionais de saúde, sobre as diversas opções existentes para quem não come
carne, peixe ou produtos de origem animal.
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