Os habitantes da pequena
aldeia de Fanalei, nas Ilhas Salomão, mataram mais de 1.600 golfinhos em 2013.
Os animais foram caçados por causa dos seus dentes, que funcionam como moeda
local e como objectos de adorno. Entre 1976 e 2013, foram abatidos mais de
15.400 golfinhos pelos habitantes desta ilha, revela um novo estudo publicado
na revista científica Royal Society Open Science.
Apesar dos esforços dos
ambientalistas para travar a prática, o preço local dos dentes de golfinho tem
vindo a aumentar, o que faz com que haja cada vez mais pessoas daquela ilha a
caçar os animais. “O grande número de golfinhos mortos e o incentivo aparente
para a caça futura oferecida pelo aumento do valor comercial dos dentes desta a
necessidade urgente de monitorizar a caça e avaliar a abundância e tendências
das populações locais de golfinhos”, escrevem os investigadores no estudo,
citado pelo Guardian.
As Ilhas Salomão, em
particular a ilha de Malaita, onde fica localizada a aldeia de Fanalei, têm uma
longa história de caça aos golfinhos. Habitualmente grupos de 20 a 30 canoas
empurram golfinhos juvenis das águas mais profundas para a costa, ao bater nas
rochas que existem no fundo oceânico e criando uma barreira sonora da qual os
animais não conseguem escapar.
Em todas as ilhas do
arquipélago, os dentes de golfinhos são utilizados como moeda local, como dote
de casamento e como adornos. São também vendidos em troca de divisa real. A
carne dos golfinhos é consumida pelas aldeias caçadoras ou vendida a outras
ilhas.
A caça aos golfinhos nestas
ilhas é uma pratica muita antiga, mas terá parado em meados do século 19,
talvez devido a introdução do cristianismo nesta região. No entanto foi
retomada em 1948 e na década de 60 já eram capturados centenas de golfinhos por
ano. Atualmente os aldeões capturam também estes animais vivos para serem
vendidos para parques aquáticos.
Em 2010, o grupo de
conservação com sede nos EUA Earth Island Institute chegou a um acordo com a comunidade
de Fanalei para por fim ao abate em troca de dinheiro. No entanto em 2013 os
aldeões retomaram a caça ao golfinho uma vez que segundo eles o grupo
ambientalista rompeu o acordo.
Fonte: http://www.theguardian.com
Sem comentários:
Enviar um comentário